![mundo barra1.jpg](https://static.wixstatic.com/media/e6676e_650cd7984b8e4e07a2161cb036fe4f65~mv2.jpg/v1/fill/w_804,h_269,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/mundo%20barra1.jpg)
WAKAN TANKA
Segundo o livro Mitologia (2008), de Philip Wilkinson e Neil Philip, “Wakan Tanka” é um termo originário da cultura dos sioux (os indígenas lakotas que vivem nas grandes planícies da América do Norte) e tem como significado “Grande espírito” (2008, p. 192). Segundo o mesmo livro, “wakan” quer dizer mistério. Vejamos mais:
Uma prece típica desse povo pode ser simplesmente: “Wakan Tanka, tenha piedade de mim”. Wakan Tanka (“o grande mistério”) também é um grupo de 16 espíritos, o quatro-vezes-quatro. Esses poderes positivos incluem o Sol a Rocha, o Trovão e a Terra, que juntos controlam o mundo” (2008, p. 280)
A imagem que ilustra a seção “Wakan Tanka” do livro é uma fotografia tirada em outubro de 2018 no aeroporto de Lisboa. Trata-se de uma “esfera armilar”. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, a esfera armilar é “um instrumento astronômico antigo, constituído de números anéis metálicos, que representam os principais círculos da esfera celeste (1986, p. 694). O site http://www.vonregium.com/o-simbolo-perene/ também nos informa que: “O artefato é composto por um conjunto de armilas (anéis, braceletes ou argolas) articuladas que se movem separadamente, acrescido por uma banda diagonal mostrando o caminho do sol nos 365 dias no ano (ou Zodíaco), forma uma representação de um cosmos reduzido”.
![20181004_035158.jpg](https://static.wixstatic.com/media/e6676e_7c8fb77028714e67811dc1c1772ebd2a~mv2.jpg/v1/fill/w_108,h_81,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/20181004_035158.jpg)
Curiosamente, a esfera armilar tem uma relação muito próxima com o Brasil, porque foi a forma que ilustrou a primeira bandeira do Brasil Colônia e, depois, passou, em forma adaptada e transformada, a estar representada na esfera que integra nossa bandeira. Vejam imagens extraídas do artigo Wladimir Lyra intitulado “O céu como bandeira A contribuição da Astronomia para o regime republicano”:
![sobre a bandeira do Brasil.jpg](https://static.wixstatic.com/media/e6676e_010226258b9e476097ad86281e1ecb6e~mv2.jpg/v1/fill/w_108,h_60,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/sobre%20a%20bandeira%20do%20Brasil.jpg)
![sobre a bandeira do Brasil2.jpg](https://static.wixstatic.com/media/e6676e_0a49207e3196475d8b10704717b7f1db~mv2.jpg/v1/fill/w_118,h_68,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/sobre%20a%20bandeira%20do%20Brasil2.jpg)
Dada a explicação sobre a imagem, resta esclarecer o motivo de eu tê-la escolhido para ilustrar a seção que encerra Sessenta minutos. A relação que estabeleci entre “Wakan Tanka” e a “esfera armilar” passa pela visão de que só quando temos a consciência do “Grande mistério” ou do “Grande espírito” que faz do planeta Terra parte de um todo infinitamente maior entendemos com profundidade que é nossa obrigação proteger nosso planeta, amá-lo e cuidar para que a harmonia entre os elementos que o compõem o mantenha afinado com a beleza do universo. Tempos de violência e destruição atingem diretamente a saúde de nosso planeta e interferem na harmonia de todo o cosmos.
O pedido “Wakan Tanka, tenha piedade de mim” pode traduzir o próprio pedido da Mãe Terra para que os rumos da humanidade sejam alterados, de modo a evitar a destruição de toda a beleza da qual fazemos parte, porque somos Mãe Terra também.
Vejam, no final de Sessenta minutos, as referências que consultei para falar um pouco sobre esses temas.
Christina Ramalho
(28/02/2021)